sábado, 2 de julho de 2016

Encerramento do VII ENORD - CARTA DE RIO BRANCO


Encerrou ontem a noite o VII Encontro de Redução de Danos da Região Norte. Durante três dias ativistas, pesquisadores, conselheiros de saúde, redutores de danos e interessados no tema debateram a realidade regional da presença de drogas e as alternativas de saúde e direitos humanos diante disto.

Ao final foi aprovado o documento final que elencou um resumo das discussões e propostas de intervenção e mobilização para o próximo período. O próximo encontro acontecerá em Tabatinga, região de fronteira do estado do Amazonas, em 2017.



CARTA DE RIO BRANCO
VII Encontro Norte de Redução de Danos

Os participantes do VII Encontro Norte de Redução de Danos, realizado entre os dias 29 e 30 de Junho e 01 de Julho de 2016 em Rio Branco (AC), vem através deste documento manifestar-se sobre os diversos temas discutidos neste evento.

- Observamos a existência de uma visão preconceituosa, acerca de questões relacionadas às drogas, apresentada nos diversos veículos de comunicação, formadores de opinião e outros atores sociais, muitas vezes seguindo apenas interesses econômicos e/ou políticos. Embora acreditemos ser fundamental a liberdade de expressão, ressaltamos que o modelo proibicionista e moralista de “combate às drogas” são ineficazes, levando usuários e trabalhadores nos cuidados desses a pagar um alto preço na perspectiva biopsicossocial.

- Consideramos que a pregação sobre a criminalização do usuário de drogas, inibe inúmeras possibilidades de diálogo e reflexões que possibilitariam caminhos pertinentes e exequíveis para a minimização de efeitos negativos de diversos problemas relacionados ao abuso de álcool e outras drogas.
           
- Entendemos a questão do uso de drogas, por diversas perspectivas dentre elas como um direito, estamos abertos aos debates e parcerias com outros atores e indivíduos, para que possamos elevar o nível das discussões, aliados na perspectiva digna da equidade, liberdade, autonomia e para enfrentamento dessas questões com ética, educação, consciência e respeito.

- Reivindicamos que as ações específicas de RD, bem como aquisição de insumos, sejam inseridas no plano de ação e orçamentos anuais de cada município/estado e que estas especificidades sejam elaboradas com a participação direta da sociedade civil. Também cremos na RD como diretriz de qualquer ação do SUS voltado para enfrentamento do uso problemático de álcool e outras.
  

- Ampliaremos o diálogo com outros movimentos sociais, principalmente os que atuam na área da Saúde Pública e Direitos Humanos, para aproximação e formação de parcerias junto ao movimento de Redução de Danos.

            Rio Branco, 01 de Julho de 2016




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