Encerrou
na tarde de ontem, em Tabatinga (AM), o VIII Encontro de Redução de
Danos da Região Norte ( ENORD), reunindo ativistas, gestores,
pesquisadores, profissionais de saúde e demais interessados na
discussão da aids e uso de drogas na região, em especial nas
fronteiras do Brasil com Peru e Colômbia.
Durante
três dias os participantes trocaram experiências de prevenção
entre populações específicas da região, como os indígenas. O uso
crescente e abusivo de álcool e outras drogas nas aldeias e reservas
é uma realidade que vem preocupando os gestores da região. Junto
com isto os casos de hepatite B e Delta aparecem de forma relevante,
sobretudo na área do Vale do Javari, onde se concentra a segunda
maior população indígena do Brasil.
Outra
peculiaridade levantada foi a presença de transmissão do HIV
através de uso de seringas compartilhadas, sobretudo com
anabolizantes, silicone e uso de cocaína e heroína (em menor
escala). A ação dos redutores em campo de uso registram a presença
destes casos, mostrando uma diversidade de prática de usos em toda a
região.
MORADORES
DE RUA, TRAVESTIS, AIDS E REDUÇÃO DE DANOS
Um
dos pontos mais debatidos no encontro foram as formas de redução de
danos no uso de silicone, entre travestis e transexuais, Karen
de Oliveira Diogo, agente de saúde da Ong Transformação de Porto
Velho (RO), expôs as técnicas utilizadas e a necessidade de se
ampliar a difusão de informações osbre esta realidade.
Também
Hudson da Silva Nunes do Movimento Acreano de Pessoas em Situação
de Rua (Mapsir) contou sua experiencia e as dificuldades de acesso
aos serviços de saúde que esta população tem, principalmente pelo
preconceito e discriminação. Para ele, a organização é o
principal instrumento de recuperação da cidadanie e da garantia de
direitos.
Pára
Alvaro Mendes, coordenador do evento, os resultados foram positivos
principalmente diante do desfio de levar estas discussões para o
interior da região: “ Este foi o
primeiro ENORD realizado fora das capitais, o que proporcionou uma
participação maior das comunidades locais como os índios, os
profissionais de saúde e os estudantes de nível fundamental e
médio”, explica.
No
documento final, os participantes pedem o retorno dos Comitês
Técnicos de Fronteiras, colegiados criados no passado juntando
gestores das cidades fronteiriças, com maior relevância para o HIV,
e que discutiam questões específicas e com resolutividade maior.
O
próximo ENORD acontecerá em Ji Paraná, em Rondônia, em 2018. A
organização desta edição foi da Associação
de Redução de Danos do Acre/AREDACRE em conjunto com o Fórum
Norte de Redução de Danos/FNRD, Associação Brasileira de Redução
de Danos/ ABORDA e Associação de Redução de Danos do
Amazonas/ARDAM. Contando com o apoio do UDIAHV/MS,
Governo do Estado Do
Amazonas/Coordenação Estadual de Aids e Hepatites Virais/Saúde
Mental, Prefeitura de Tabatinga/Secretaria de Saúde/Coordenação de
IST/Aids e Hepatites Virais, Fórum Saúde do Acre,
Associação de Bem com a Vida /ABV,
Amatec, Articulação Nacional de Saúde e Direitos Humanos/ANSDH e
Movimento de Luta Antimanicomial do Pará/MLA.
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