sábado, 6 de maio de 2017

ENORD encerra em Tabatinga. Encontro discutiu aids, uso de drogas e direitos humanos

Encerrou na tarde de ontem, em Tabatinga (AM), o VIII Encontro de Redução de Danos da Região Norte ( ENORD), reunindo ativistas, gestores, pesquisadores, profissionais de saúde e demais interessados na discussão da aids e uso de drogas na região, em especial nas fronteiras do Brasil com Peru e Colômbia.
Durante três dias os participantes trocaram experiências de prevenção entre populações específicas da região, como os indígenas. O uso crescente e abusivo de álcool e outras drogas nas aldeias e reservas é uma realidade que vem preocupando os gestores da região. Junto com isto os casos de hepatite B e Delta aparecem de forma relevante, sobretudo na área do Vale do Javari, onde se concentra a segunda maior população indígena do Brasil.
Outra peculiaridade levantada foi a presença de transmissão do HIV através de uso de seringas compartilhadas, sobretudo com anabolizantes, silicone e uso de cocaína e heroína (em menor escala). A ação dos redutores em campo de uso registram a presença destes casos, mostrando uma diversidade de prática de usos em toda a região.

MORADORES DE RUA, TRAVESTIS, AIDS E REDUÇÃO DE DANOS

Um dos pontos mais debatidos no encontro foram as formas de redução de danos no uso de silicone, entre travestis e transexuais, Karen de Oliveira Diogo, agente de saúde da Ong Transformação de Porto Velho (RO), expôs as técnicas utilizadas e a necessidade de se ampliar a difusão de informações osbre esta realidade.

Também Hudson da Silva Nunes do Movimento Acreano de Pessoas em Situação de Rua (Mapsir) contou sua experiencia e as dificuldades de acesso aos serviços de saúde que esta população tem, principalmente pelo preconceito e discriminação. Para ele, a organização é o principal instrumento de recuperação da cidadanie e da garantia de direitos.


Pára Alvaro Mendes, coordenador do evento, os resultados foram positivos principalmente diante do desfio de levar estas discussões para o interior da região: “ Este foi o primeiro ENORD realizado fora das capitais, o que proporcionou uma participação maior das comunidades locais como os índios, os profissionais de saúde e os estudantes de nível fundamental e médio”, explica.

No documento final, os participantes pedem o retorno dos Comitês Técnicos de Fronteiras, colegiados criados no passado juntando gestores das cidades fronteiriças, com maior relevância para o HIV, e que discutiam questões específicas e com resolutividade maior.




O próximo ENORD acontecerá em Ji Paraná, em Rondônia, em 2018. A organização desta edição foi da Associação de Redução de Danos do Acre/AREDACRE em conjunto com o Fórum Norte de Redução de Danos/FNRD, Associação Brasileira de Redução de Danos/ ABORDA e Associação de Redução de Danos do Amazonas/ARDAM. Contando com o apoio do UDIAHV/MS, Governo do Estado Do Amazonas/Coordenação Estadual de Aids e Hepatites Virais/Saúde Mental, Prefeitura de Tabatinga/Secretaria de Saúde/Coordenação de IST/Aids e Hepatites Virais, Fórum Saúde do Acre, Associação de Bem com a Vida /ABV, Amatec, Articulação Nacional de Saúde e Direitos Humanos/ANSDH e Movimento de Luta Antimanicomial do Pará/MLA.



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